Antigo inimigo da plataforma, Donald Trump agora trabalha para reverter banimento do TikTok nos EUA
Recém eleito para uma nova gestão como presidente dos Estados Unidos, Donald Trump vai tentar reverter e cancelar o banimento do TikTok no país. O político ainda não confirmou a decisão, mas pessoas próximas ao empresário indicam que esse será o caminho tomado pelo político.
“Ele aprecia a variedade e o alcance do TikTok, que ele usou de forma magistral junto de podcasts e novas mídias para vencer”, afirmou ao The Washington Post a assessora Kellyanne Conway, que integrou a gestão Trump na primeira campanha presidencial e ainda é próxima ao empresário, agora como defensora da rede social.
O próprio Trump prometeu durante a campanha que tentaria manter o TikTok no ar no país, mesmo essa não sendo uma tarefa tão fácil e o app ser de origem chinesa — um dos grandes adversários políticos e comerciais dos EUA atualmente. Na entrevista, Conway reforçou que Trump vai usar a ação para alfinetar adversários. “Há muitas formas de responsabilizar a China em vez de manter 180 milhões de norte-americanos alienados. Trump entendeu cedo que os Democratas são o partido dos banimentos: contra carros movidos a combustível, cigarros mentolados, vapes, canudos plásticos e TikTok”, destacou.
Como anda o banimento do TikTok?
O banimento do TikTok foi oficializado em abril deste ano, após aprovação no Legislativo e sanção do então presidente Joe Biden. Segundo a decisão, a ByteDance tem até o dia 19 de janeiro de 2025 — um dia antes da troca de gestão — para sair do país, vender a operação para representantes locais ou ser banido. Curiosamente, o próprio Trump já foi contra o TikTok: em seu primeiro governo, foi ele quem iniciou a perseguição contra a rede social, acusada de ser uma ameaça à segurança nacional por possíveis laços não comprovados com o governo chinês. Biden, porém, reverteu a suspensão decretada pelo oponente logo após assumir. Ainda assim, tanto ele quanto políticos republicanos têm atuado contra empresas chinesas em território nacional. Com a mudança no posicionamento, o presidente eleito pode tentar interferir nas agências reguladoras ou até costurar um acordo antes da transição para evitar a suspensão do app mesmo que por pouco tempo. Até o momento, nem a administração Trump ou a ByteDance se pronunciaram sobre o caso.