Aguardando retorno de Trump migrantes estão em meio ao medo e à incerteza – BRAZILIAN PRESS // O maior jornal brasileiro fora do Brasil
Apreensivos e em uma espécie de limbo, centenas de migrantes retidos na cidade mexicana de Tapachula esperam continuar sua jornada aos Estados Unidos a menos de uma semana do retorno de Donald Trump à Casa Branca.
Vários já têm data marcada para solicitar asilo nos EUA, mas precisam de uma permissão para transitar pelo México até a fronteira norte, um processo que precisam concluir nos escritórios migratórios superlotados em Tapachula (fronteira com a Guatemala).
É uma corrida contra o tempo, pois o presidente eleito promete eliminar o aplicativo móvel CBP One, no qual os agendamentos são solicitados. Para o republicano, esta ferramenta incentiva o tráfico de migrantes para seu país.
O magnata assumirá o cargo na próxima segunda-feira (20) para um mandato de quatro anos com a promessa de deter a “invasão” de migrantes e usar o exército americano para realizar a maior deportação de pessoas em situação irregular da história dos Estados Unidos.
Com o agendamento para o pedido de asilo em mãos, centenas de migrantes aguardam do lado de fora de um escritório de migração em Tapachula pela permissão que permitirá que continuem sua jornada. Muitos têm audiências dias após a posse de Trump ou até mesmo no próprio dia 20 de janeiro, e buscam este documento com urgência.
Outros, desesperados por não conseguir um agendamento no CBP One e temendo a insegurança e a extorsão de criminosos e autoridades, optaram por juntar-se às caravanas de migrantes que deixaram Tapachula nas últimas semanas.
O governo do presidente em fim de mandato, Joe Biden, introduziu o CBP One em janeiro de 2023 para organizar o fluxo migratório para os EUA e reduzir a possibilidade de traficantes explorarem os migrantes. Embora a solicitação não garanta que estas pessoas consigam se estabelecer em solo americano, ela permite que elas obtenham uma permissão de trabalho enquanto prosseguem com seu processo de asilo. De acordo com o governo Biden, houve 2,1 milhões de encontros na fronteira sul dos EUA no ano fiscal que terminou em setembro, abaixo dos quase 2,5 milhões do período anterior, uma queda que os especialistas associam ao CBP One.