Desde outubro Congo registrou doença misteriosa com 400 casos – BRAZILIAN PRESS // O maior jornal brasileiro fora do Brasil
Desde outubro, a República Democrática do Congo registrou 406 casos e 31 óbitos decorrentes de uma doença desconhecida, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). A maioria dos casos relatados é entre crianças, principalmente aquelas com menos cinco anos.
No último dia 6, a OMS emitiu um comunicado afirmando que está enviando especialistas para apoiar as autoridades de saúde congolesas para realizar mais investigações, e relatou que testes laboratoriais estão sendo realizados para determinar a causa da doença. A equipe é composta por epidemiologistas, clínicos, técnicos de laboratório e especialistas em prevenção e controle de infecções e comunicação de risco.
Os casos da doença não diagnosticada foram registrados em novembro na zona de saúde de Panzi, na província de Kwango, na República Democrática do Congo, de acordo com a OMS.
Os casos relatados tiveram um pico na semana epidemiológica 45 (entre 3 e 9 de novembro de 2024). Porém, o surto continua em andamento.
Desde então, foram notificados casos em nove das 30 áreas de saúde da zona sanitária de Panzi: Kahumbulu, Kambandambi, Kanzangi, Kasanji, Kiama, Mbanza Kipungu, Makitapanzi, Mwini ngulu e Tsakala Panzi. A maioria dos casos (95,8%) é notificada nas áreas de saúde de Tsakala Panzi (169), Makitapanzi (142) e Kanzangi (78), ainda segundo a OMS.
Os pacientes afetados com a doença apresentaram sintomas como: febre, tosse, fadiga e coriza. Nos casos mais graves, os pacientes apresentaram dificuldade para respirar, anemia e sinais de desnutrição aguda.
Diante disso, os testes laboratoriais realizados na região servem para descartar uma série de doenças que apresentam sintomas semelhantes, como sarampo, gripe, pneumonia aguda, síndrome hemolítica-urêmica de E. coli, Covid-19 e malária, entre outras.
Até o momento, foram registrados 406 casos da doença, com 31 mortes confirmadas. Isso equivale a uma taxa de letalidade de 7,6%, segundo a OMS. Para efeito de comparação, no início da pandemia de covid-19, em 2020, a letalidade era entre 0,8% e 11%, de acordo com pesquisadores de Oxford.
Medicamentos essenciais, kits de diagnóstico e coleta de amostras estão sendo entregues pelos especialistas enviados à República Democrática do Congo para analisar e determinar rapidamente a causa da doença.
De acordo com a OMS, a equipe se concentrará no fortalecimento das medidas de resposta, como investigação epidemiológica e coleta de amostras para testes, busca ativa de casos, tratamento e atividades de conscientização pública. A equipe também trabalhará com líderes comunitários para apoiar a vigilância de doenças e promover medidas para prevenir infecções e identificar e relatar novos casos.
Por fim, a OMS está trabalhando para desenvolver mensagens-chave para aumentar a conscientização pública e encorajar cuidados preventivos para a doença. Trabalhadores de saúde e de assistência foram informados sobre o uso adequado de máscaras, lavagem das mãos e luvas, para reduzir o risco de transmissão.
De acordo com a OMS, o risco da doença se espalhar nacionalmente é considerado moderado, devido à natureza localizada do surto dentro da zona de saúde de Panzi. No entanto, a entidade ressalta a necessidade de maior preparação devido ao potencial de disseminação para áreas vizinhas.