Lei anti-imigrante com nome de estudante assassinada é aprovado na Câmara dos Deputados dos EUA

A Câmara dos Representantes, liderada pelos republicanos, aprovou na terça-feira seu primeiro projeto de lei do novo Congresso: uma medida estrita de fronteira com o nome de uma estudante de enfermagem de 22 anos da Geórgia, cujo assassinato no ano passado pelas mãos de um imigrante sem documentos, cujo crime se tornou um ponto crítico na campanha presidencial.
A votação de 264-159 para aprovar a Lei Laken Riley, como era o nome da menina assassinada (foto), pressiona os democratas do Senado a apoiarem a legislação quando os republicanos, que agora controlam a câmara alta, a trouxerem ao plenário para uma votação inicial na sexta-feira, que seria o aniversário de 23 anos de Riley.

Todos os 52 senadores republicanos são co-patrocinadores do projeto, assim como o senador democrata John Fetterman, da Pensilvânia. Isso significa que os republicanos precisam de mais sete senadores democratas para alcançar os 60 votos necessários para superar uma obstrução.
“Recebemos de braços abertos qualquer democrata que queira nos ajudar a resolver esses problemas, porque o povo americano exige e merece. Já era hora”, disse o presidente da Câmara, Mike Johnson, aos repórteres, antes da votação.
O projeto de lei, de autoria do deputado Mike Collins, mudaria a lei federal para exigir que o ICE, que opera sob o Departamento de Segurança Interna, emita detentores e custódia de pessoas que estão ilegalmente no país e cometem roubo e crimes relacionados, incluindo furtos em lojas.
Em março passado, a Câmara dos Representantes aprovou a Lei Laken Riley por 251 votos a 170, com 37 democratas juntando-se a todos os republicanos no voto a favor. Entre os democratas que apoiaram a medida estavam os então deputados Rubén Gallego, do Arizona, e Elissa Slotkin, do Michigan, que venceram as eleições para o Senado em novembro. O Senado, que na época era controlado pelos democratas, não aprovou o projeto no último Congresso.
Desta vez, mais democratas da Câmara votaram a favor da Lei Laken Riley: 48 deles juntaram-se a todos os republicanos presentes e votaram sim. O líder da maioria no Senado, John Barrasso, republicano de Wyoming, disse na terça-feira que os democratas em sua câmara, incluindo os dois moderados da Geórgia, estão sob imensa pressão para apoiar o projeto.
Os senadores democratas planejavam discutir o projeto durante seu almoço semanal na terça-feira, disse o senador Chris Murphy. Ele disse acreditar que a legislação complicaria a atual lei de imigração. “Não acho que seja um bom projeto de lei. Acho que tornará o sistema de imigração conforme está escrito muito, muito, muito mais complicado e confuso por causa desse novo direito que dá aos procuradores-gerais de litigar casos de imigração. Detenção em tribunal”, disse Murphy na terça-feira. “Simplesmente não é uma peça legislativa bem construída”, acrescentou.