Medo e estratégias em meio à promessa de Trump sobre deportação em massa nos EUA – BRAZILIAN PRESS // O maior jornal brasileiro fora do Brasil

Medo e estratégias em meio à promessa de Trump sobre deportação em massa nos EUA – BRAZILIAN PRESS // O maior jornal brasileiro fora do Brasil

Com a posse iminente de Donald Trump para um segundo mandato presidencial nos Estados Unidos, a tensão entre comunidades de imigrantes cresce a cada dia. O ex-presidente prometeu liderar a maior campanha de deportação da história do país, um esforço que poderia atingir até 20 milhões de pessoas, segundo estimativas. A promessa acendeu o alerta entre famílias em situações migratórias variadas, que agora buscam formas de se preparar para um futuro incerto.
“Existe muito medo, muita preocupação”, afirma Lizeth Chacón, diretora do Workers Defense Project, no Texas. Ativistas e advogados especializados em imigração relatam um aumento expressivo na busca por informações legais, workshops e estratégias para lidar com possíveis detenções. “Nossa comunidade precisa se planejar”, acrescenta Chacón.

Estratégias de sobrevivência e medo constante
Nos subúrbios de Milwaukee, Yvonne Sanchez, cidadã americana, vive o dilema de proteger sua família. Seu marido, um imigrante mexicano que está no país há quase 30 anos, é o principal provedor da casa, mas sua situação irregular o torna vulnerável a uma eventual deportação. Sanchez começou a reunir documentos e preparar os filhos para o caso de serem separados. “Será que devo simplesmente dar adeus ao meu marido?”, questiona ela, revelando a angústia de milhares de outras famílias.
A situação é agravada pela incerteza. Alguns imigrantes acreditam que não serão alvos por não terem antecedentes criminais, enquanto outros preferem se preparar para o pior. Em fóruns e redes sociais, surgem redes de apoio que compartilham informações e estratégias, em uma espécie de “rota clandestina virtual” inspirada na histórica Underground Railroad.
Impactos das políticas e a resposta comunitária
Durante seu primeiro mandato, Trump deportou cerca de 325 mil pessoas, um número que, embora significativo, não chega perto das dimensões prometidas agora. Ainda assim, seus aliados garantem que a nova administração está determinada a agir em larga escala. “O presidente Trump recebeu um mandato para pôr fim à invasão de imigrantes ilegais”, declarou Karoline Leavitt, porta-voz da equipe de transição.
Cidadãos americanos, portadores de green cards e beneficiários de proteções temporárias também estão em alerta. “Até mesmo aqueles que têm status legal estão com medo de que sua legitimidade seja contestada”, diz Lily Axelrod, advogada de imigração no Tennessee. Ela recomenda que todos coloquem “os negócios em ordem”, assegurando a documentação necessária para casos de emergência.
Humanidade e esperança em meio à crise
A história de Kateryna Kyrylova, uma refugiada ucraniana que chegou aos EUA pelo programa humanitário do governo Biden, ilustra a complexidade do cenário. Fugindo da guerra em Mariupol, ela encontrou refúgio em San Antonio, mas teme perder as proteções temporárias sob a nova administração. “Só quero uma chance de viver minha vida”, diz Kyrylova, que trabalha ajudando outros refugiados.
Com o relógio correndo até a posse, as comunidades imigrantes nos EUA vivem dias de medo, resistência e solidariedade. Para muitos, a promessa de uma vida melhor está sendo desafiada por uma onda de incertezas e pela necessidade de lutar por seu lugar em um país que, ao mesmo tempo, lhes oferece oportunidades e ameaça tirá-las.

decioalmeida

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